sexta-feira, 27 de agosto de 2010

8. Mongolia: roupas e comida


Hoje vou falar da roupa e comida da Mongólia.

Eu sei que Mongólia tem acento. Mas no título não coloquei de propósito porque assim, podem fazer um hit em inglês e pelo menos poderão ver as fotos. Já com acento acho que não aparecerá nas buscas em inglês.

A roupa que as mulheres estão usando se chama dêr.
É longo, quentinho, protege bem do frio.

Com essa roupa as mulheres podem se afastam um pouco do ger (tendas)
e vão fazer xixi. Elas se agacham e o dêr cobre tudo.
Muito prático. Dá até para andar a cavalo.


A roupa típica dos nômades para homens também se chama dêr.
O Dêr dos homens não é estampado como das mulheres.
Esses dois homens, o do centro e do lado esquerdo usam
dêr cinza com faixas coloridas.
O homem da foto abaixo usa dêr azul.
Na cabeça usam boné ou chapéu tipo ocidental.
Eu acho que chapéu e bonê não combinam com o dêr.
Mas o chapéu típico é assim: Imagine a metade de um coco.
Em cima do coco, bem no meio fica um chifre comprido com uma bolinha na ponta.
É meio esquisito, acho que por isso no dia a dia os homens usam esse chapéu.

Abrir cabras e carneiros é serviço dos homens.
Enquanto quente, as mulheres preparam e armazenam as vísceras.
Aproveitam tudo, nada é desperdiçado.
Essa cabra acima virou ensopado para o nosso almoço.


Na foto acima o prato mais nobre dos nômades o Yamani.
É preparado para visitas especiais.
Nos sentimos muito honrados porque prepararam uma cabra especialmente para nós.
O método é muito interessanate.
Abrem o bichinho como se fosse um saco de batatas e colocam pedras quentes, quentíssimas dentro dele.
Muitas pedras.

Pacientemente vão assando a cabra com essa espécie de maçarico.


Aqui estamos dentro do ger. A cabra pronta é colocada em cima de uma tábua. Primeiro nos deram as pedras quentes. Dizem que segurar essas pedras faz bem para a saúde.

Abrem o assado e vão recolhendo um líquido que sai de dentro dele. Tem a cor do Rio Tietê quando corre do lado das Marginais em São Paulo.

Eu tomei esse caldo, até que é bom. Mas é muito forte, não consegui tomar muito.
Meu filho gostou muito. Falou: Poderia colocar numa feijoada, ficaria muito bom.
Ele tomou uma cumbuquinha cheia e ainda repetiu.


Depois abrem o assado e cortam em pedaços.

O mais difícil foi recusar a comida. Para eles, as cabras e carneiros são como parte da família. Mataram e ofereceram para nós. É um povo realmente muito amável.
O que sobrou eles colocaram de novo na tábua, cortaram e comera.

Nessa noite o céu estava cheio de estrelas.
Deu até para ver a Via Láctea.
Não há montanha nem prédios em volta.
Dá para ver toda a linha do horizonte de dia.
Por isso o céu parecia um planetário.
Redondo.






16 comentários:

Anônimo disse...

Oi Elisa! Eu adoro conhecer os costumes do globo a fora!! Confesso que teria nojo de beber este caldo.. Achei bem diferente o jeito deles assarem o carneiro, carne de carneiro é forte, uma vez fui em um casamento na rosa que eles mataram um boi e um carneiro inteiro para a festa!

Mais saber que é uma honra receber estes elogios deve ser muito legal, bjs e vou ver as outras postagens

Anônimo disse...

ps: eu vi o tal do chapeuzinho tipico no google, é bem diferente, cabuloso rs, bom deve ter algum significado,

na cidade nao temos o privilegio de ver as estrelas como sao, mais sei o que disse sobre a via lactia, quando vamos pra roça ou quando viajamos de onibus da pra ver o ceu parece que fica talhado de estrelas, é muito diferente ne!

Mônica disse...

Elisa
Muito interessante! A roupa é prática e de acordo com a temperatura do país.
Sabe está parecendo com o porco a rolkê que meu cunhadoGabriel faz. Fica rodando e dentro dele tem é farofa.
Vou mostrar esta culinária para ele . Ele gosta de coisas diferentes.

Elisa
Quando a maré está baixa é que fica assim. A gente nem vê o mar como no Rio de \Janeiro. E os carros ficam até a hora da maré subir. Quando tem muita gente disseram que é uma correria para tirar os carros e para que eles não fiquem presos lá. Isto acontece mais em julho na época de férias.
Continuo achando a sua pesquisa muito boa . Nunca tinha lido nada sobre este país tão especial e diferente!

Denise disse...

Oi Elisa!
Adorei as roupas que eles usam, são diferentes e ao mesmo tempo práticas!
Qto a comida, continuo achando que passaria fome... mas o gesto deles é cativante, não há como recusar! O caldo do Rio Tietê foi hilário!!!
Vi num programa que fazem esse tipo de cozimento com pedras quentes numa marmota, é verdade? Chegou a experimentar?
Não duvido que o céu de lá seja estrelado, pois deve ser um lugar abençoado!
Bjinhos

Georgia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Georgia disse...

Ops, errei a postagem de cima, gomen ne ;)


Arigatou pelos parabéns!!

Hahahahaha, sumi um pouco por conta da enxaqueca...Agora já estou 100% boa de novo, amém!!
Ai, não sei se teria coragem de comer a cabra não... como vc conseguiu tomar o caldo meu Deus? e o seu filho que gostou! Não acreditei!!

Bjus e bom fim de semana!!

Fernanda Reali disse...

Te confesso que vim aqui só para rir, porque eu achei muita graça na histira de catar cocô de cabr apara fazer aquecimento.

Esse vestido Ger não é nada prático quando elas forem fazer uma depilação "brazilian bikini wax", hehe

um beijooooo enorme no corajoso yokohama que bebeu o caldinho horrível!!!

Kiyomi disse...

Elisa, cada post da viagem é uma novidade! Sobre a forma de assar um carneiro inteiro foi bem interessante. Só que eu não conseguiria beber o caldo e comer muito (confesso: a ultima vez que comi lamb chops, eu passei mal no dia seguinte).
Seu filho é corajoso mesmo! Isso que é bom: não tem medo de nadica de nada!
Beijao!

Unknown disse...

Excelente post, pois é uma ds minhas viagens de sonho, ainda não realizada.

Jud disse...

Olá, adorei seu blog. Belas reportagens!!!Parabens!
Meu filho estuda japones, já passou no teste de proficiência básico e continua, gosta muito.
Me visite no jud-artes.
Bjs do Brazil e adoro os artesanatos japoneses.
Judite

Nozomi Yuntaku disse...

Olá Elisa, obrigada por compartilhar as suas experiências. É muito rica. Quando vejo um documentário na TV, de gente que vai visitar outros países e recusam a comida que oferecem, fico indignada e mudo de canal.
Aceitar a comida, pelo menos pra mim, é a melhor maneira (educada) de agradecer ao anfitrião.

Desabafando disse...

Achei curioso isso da roupa ajudar na hora de fazer xixi. E pelos seus relatos, acho que seu filho não é enjoado com comida né? isso é bom!

Beth/Lilás disse...

Oi, Elisa!
O amigo Alexandre indicou seu espaço e vim conhecer, fiquei encantada com esta viagem a tão distante país e seus costumes. Adorei tudo que você contou e pretendo retornar para conhecer mais destas terra tão diferentes.
Seu blog é muito bacana, parabéns!
beijos cariocas

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Olá Elisa!

Estou cá a mando do Alexandre :)))
Ele ensinou-me o caminho...eu adorei!

Da Mongólia nada sei e desses costumes ancestrais ainda menos.

Também acho que ficaria só pelo segurar da pedra :))) mas como descortesia não se faz, provaria de tudo dizendo que estava de regime :))))

Bom Domingo.
Já ma fiz seguidora.
Bjs.
Ná- Na casa do Rau

Neli Rodrigues disse...

Um País que gostaria mto de conhecer é a Mongólia, acho que sou uma das únicas, não é. O jeito primitivo desse povo me leva a 300 ou 400 anos atrás.
Gostei mto de tudo o que vc escreveu. Parabéns!

Bjs♥
www.caprichosbyneli.blogspot.com

Bah disse...

É o caldinho foi meio exagerado... eu não sei se eu daria muito certo nessas viagens inusitadas. Recusar comida é uma coisa tão mal educada, mas meu estômago é tão fraco para comidas exoticas... então não sei... mas adorei saber da cultura desse povo... e esse dêr que é mais um kimono mesmo... por isso que sou adepta a ficar de pijama o dia inteiro rs...

Kisu!

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